Espiritismo diz: Jesus não é Deus – Parte 8 (FINAL)

Por Redação: Exame da Doutrina Espírita
Atualização: Maio/2016


Nessa parte, vamos analisar as duas argumentações finais: O Verbo se fez carne e Filho de Deus e Filho do homem.

A. O Verbo se fez carne

É repetido que o ensino da deidade de Cristo é posterior aos apóstolos. Kardec usa também um argumento duplo: quando as passagens falam da divindade de Jesus, ele diz que elas são opiniões pessoais, mas quando ele “pode” usar distorcidamente algum versículo, ele muda de idéia  e diz que “o parecer dos apóstolos é melhor, pois conheciam bem o mestre”. Falamos sobre isso na parte 7.

“Esta passagem dos Evangelhos é a única que, à primeira vista, parece encerrar implicitamente uma idéia de identificação entre Deus e a pessoa de Jesus; é também a que serviu de base, mais tarde, à controvérsia a tal respeito. A questão da divindade de Jesus surgiu gradativamente; nasceu das discussões levantadas a propósito das interpretações que alguns deram às palavras Verbo e Filho. Só no quarto século uma parte da Igreja a adotou, em princípio. Semelhante dogma resultou, pois, de decisão dos homens e não de uma revelação divina.”

Obs.: A divindade de Cristo não surgiu gradativamente, mas era um ensino bem consolidado tanto no AT como no NT. Falar que essa passagem serviu de base mais tarde à controvérsia é uma  declaração irresponsável, pois como vimos nas partes 6 e 7, tanto os profetas como os apóstolos entendiam muito bem que o Messias era Deus.

Afirmar que somente no 4º século uma parte da Igreja adotou “a divindade de Cristo” demonstra o profundo desconhecimento do assunto por parte do Codificador espírita. Aconselho a serem lidas as partes anteriores, pois Kardec repete a mesma coisa nessa parte 8.

Ainda diz : “nada mais são que opinião pessoal, são palavras de João e não de Jesus” (OP, pag 180, FEB).

Oras, se são palavras de João e não de Jesus, porque Kardec usa as mesmas palavra de João quando tenta forçosamente “provar” que Jesus não é Deus. A opinião de João é somente uma “indução, pensamento pessoal” apenas quando ele fala sobre a divindade de Cristo? Essa é mais uma afirmação irresponsável do codificador.

Depois, o codificador “admite” que o Verbo é Deus! Mas... no sentido de ser enviado pelo Pai e ser representante dEle!

“Jesus era um messias divino pelo duplo motivo de que de Deus é que tinha a sua missão e de que suas perfeições o punham em relação direta com Deus.” (OP, pag 182, FEB).

A declaração acima é totalmente contraditória: Como Jesus poderia ser um messias divino e perfeito, se o próprio Allan Kardec fala que um espírito puro e perfeito não “reencarna” mais? Veja o artigo: Espíritas e Evangélicos acreditam no mesmo Jesus?

B. Filho de Deus e o Filho do Homem

Na parte 3, vimos à luz da Bíblia sobre as expressões Filho de Deus e Filho de homem.


Objeção espírita: Jesus “foi” criado

“Para que Jesus fosse, em absoluto, igual a Deus, fora preciso que ele existisse, como Deus, de toda a eternidade,  isto é, que fosse incriado. Ora, o dogma diz que Deus o gerou desde toda a eternidade; mas quem diz gerou diz por isso de ser uma criatura e de estar, como tal, subordinada ao seu Criador. É a idéia que implicitamente se contém no termo Filho.”(OP, 182, FEB).

Novamente vemos um argumento duplo. Kardec fala que Jesus teria que ser eterno para ser Deus. E depois comenta que o “o dogma diz  que Deus o gerou desde toda a eternidade”.

Primeiro, a Biblia diz que Jesus é Deus desde toda a eternidade. Veja também a parte 6.

“Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente”. Hebreus 13.8

Jesus não foi criado, pelo contrário, Ele é o Criador de tudo: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3). Aqui vemos  o Senhor Jesus sendo mencionado como o Criador.

Novamente citam Jesus falando que “foi enviado pelo Pai” na tentativa de “provar” que são duas pessoas diferentes. Esses são argumentos circulares, vão e voltam ao mesmo lugar.  E sim, Jesus foi enviado pelo Pai e nem por isso era inferior em essência. Jesus disse TUDO O QUE O PAI FAZ O FILHO FAZ IGUALMENTE! Qual pessoa na face da terra teve a ousadia de falar que tudo o que Deus faz ela também  pode fazer IGUALMENTE? O Senhor Jesus não disse: “tudo o que o Pai faz o Filho faz semelhante”, mas disse “igualmente”.

Jesus recebeu adoração inúmeras vezes das pessoas sem se opor a isso!

Disse que ao homem é impossível salvar-se, mas não para Deus(Mc 10.26,27),  e no entanto o próprio Jesus disse “eu vim salvar o mundo”(Jo 12.47); “Eu sou a porta e quem entrar por mim será salvo” (Jo 10.9).  Jesus se declarou o “Eu Sou” do Antigo Testamento, referência direta a YHWH (Jo 8.58; Êx 3.14). E assim muitas outras passagens que foram propositalmente omitidas.

Jesus foi o enviado pq ele “se fez carne”. Foi um ato voluntário de amor a humanidade o seu sacrifício expiatório. E como homem se humilhou assumindo a forma de servo. Ele mudou de forma sem deixar de ser essencialmente aquilo que Ele era.

Qual homem pode falar como Ele: ‘Eu sou LUZ DO MUNDO, quem me segue não andará em trevas mas terá a luz da vida”? (Jo 8.12)

Para isso vim, salvar os perdidos.Eu sou a ressurreição e a vida e aquele que ainda esteja morto viverá! (Jo 11.25)

Essas declarações não podem ser feitas por uma pessoa qualquer. Uma pessoa comum não pode falar “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas”; “Eu vim salvar os perdidos”;  “Antes que Abraão existisse Eu Sou!” Jesus não foi um simples humano enviado pelo Pai, sendo uma mera reencarnação onde precisaria pagar pelos seus “erros” para evoluir e algum dia ser um espírito puro.

Jesus disse: “qual de vós pode me acusar de algum pecado? ” (Jo 8.46)

Enfim, se uma pessoa hoje em dia não crê que Jesus é Deus, não é se baseando na Bíblia, mas nas suas concepções errôneas e distorcidas. 


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Um comentário:

  1. O mistério da Divindade está distante da compreensão humana, por faltarem ao homem sentidos para tal. As seqüências misteriosas dos Espíritos a Deus são infinitas e os caminhos são igualmente sem fim. O crescimento da alma vai lhe dotando de poderes, de sorte a conhecer mais profundamente o mundo espiritual e as leis que governam toda a criação divina; todavia, essas leis são agentes movidos pela, Sua poderosa mente, que abrange toda a extensão Universal.

    No estágio em que nos encontramos, encarnados e desencarnados, não estamos suficientemente prontos para entendermos "Quem é Deus?". É, pois, querer saltar para o inconcebível, desrespeitando a harmonia da gradatividade, da sabedoria maior. Alguns homens inexperientes afirmam que não existem mistérios para os espiritualistas. Como se enganam esses nossos irmãos! Quanto mais nos conhecemos, mais sabemos que nada sabemos, em se falando das dimensões que se escondem nas dobras da escala evolutiva e nos segredos da Divindade. Os que dizem conhecer tudo, nada sabem; são pseudo-sábios diante da sabedoria maior e lhes falta humildade e as primeiras chaves, o conhecimento das regras de viver em harmonia consigo mesmo. Certamente que é o orgulho se movendo em seus sentimentos e a vaidade egoísta iludindo seus corações.

    Quando Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, afirma que "fora da caridade não há salvação", está nos mostrando que o ambiente da benevolência prepara e nos ajuda a despertar os talentos internos, de maneira a observarmos outras nuances das leis que até então não tenhamos percebido. A caridade, em todas as suas feições, é força divina no divino aprendizado de todos os Espíritos. E luz nas mãos de quem deseja ser iluminado, é chave que abre muitas portas do saber, porque a caridade é, por excelência, Amor. Quem quiser conhecer mais um pouco de Deus, que faça e viva a caridade, que ela dotará esse trabalho de poderes para essa visão interna, de sentidos apropriados para compreender os efeitos das leis divinas.

    Outra coisa valiosa para todas as criaturas é o exercício da oração. Não devemos esquecer a prece em todas as circunstâncias. Ela desata e desenvolve os fios dos pensamentos, impulsionando-os em todas as direções, de acordo com os sentimentos que os geraram, tem a capacidade de recolher os frutos na mesma dimensão em que foram emitidos. Nós somos mundos com imensuráveis qualidades a se desenvolverem, dependendo do que quisermos fazer delas, do nosso esforço e fé nas nossas realizações para o bem próprio e da coletividade.

    Se estás em busca de mistérios que muito te atraem, na verdade te digo que existem muitos mistérios no mundo íntimo de cada criatura e eis aí a grande oportunidade de estudarmos a nós mesmos e nos deliciarmos com os nossos tesouros íntimos. O amor é qual um sol que se divide em variadas virtudes. Vamos observar esse fenômeno maior dentro de nós, com honestidade nas boas obras, que os véus vão caindo em seqüências que suportamos e a serenidade dominar-nos-á a consciência. Esses são os mistérios menores, representando uma universidade onde deveremos permanecer por um tempo que não podemos determinar. Despertemos para esse trabalho louvável e dignificante, de nos conhecermos a nós mesmos, porque conhecer a Divindade como pretendemos somente será possível depois que nos tornarmos Espíritos Divinos, e, mesmo assim, vamos encontrar em nossos caminhos de luz, mistérios e mais mistérios a desvendar, o que haveremos de fazer com amor e alegria espiritual.

    Que Deus nos abençoe nesta jornada infinita do acordar para a Luz!

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