Espiritismo diz: Jesus não é Deus – Parte 6 (Opinião dos Apóstolos)

Antes, na Parte 1, Fontes da Natureza do Cristo, Kardec diz que os escritos do apóstolo Paulo e outros são apenas  “conclusões pessoais”, ou seja, uma percepção exagerada da pessoa do Senhor Jesus. Porém, quando os escritos deles  podem ser úteis à uma conclusão forçada contra a deidade de Cristo, então a situação muda de figura e as suas cartas são citadas aos montes!

Na Parte 1, letra “b” diz:

 “Todos os escritos posteriores, sem exclusão dos de S. Paulo, são apenas, e não podem deixar de ser, simples comentários ou apreciações, reflexos de opiniões pessoais, muitas vezes contraditórias, que, em caso algum, poderiam ter a autoridade da narrativa dos que receberam diretamente do Mestre as instruções” (OP, pag 148, FEB, grifo nosso).

Opinião de valor:

“De todas essas opiniões, as de maior valor são, incontestavelmente, as dos apóstolos, uma vez que estes o assistiram em sua missão e uma vez também que, se ele lhes houvesse dado instruções secretas, respeito à sua natureza, alguns traços dessas instruções se descobririam nos escritos deles. Tendo vivido na sua intimidade, melhor do que ninguém haviam eles de conhecê-lo. Vejamos, pois, de que maneira o consideraram.” (OP, pag 171, FEB, grifo nosso).

Apesar de ser dito que o parecer dos apóstolos são de maior valor, o codificador espírita não fez caso desse mesmo parecer quando os discípulos de Jesus ensinam sobre sua divindade. Porque tais passagens apostólicas foram “abduzidas” pelo codificador?

Os apóstolos sabiam muito bem que Jesus como homem tinha todos os seus atributos messiânicos. Na verdade, eles O citam em diversos contextos. Jesus é chamado por vários títulos, inclusive àqueles que foram propositalmente “esquecidos” como o termo Deus.

Quando os apóstolos falam sobre sua humanidade atribuindo-lhes atributos é num contexto. E quando falam a respeito de sua divindade também  é em um determinado contexto. Pegar somente as passagens que falam sobre sua humanidade, sua missão terrena “se esquecendo” das citações que falam sobre sua deidade não pode ser considerada uma atitude coerente. Ela é parcial e tendenciosa.

Vou citar os mesmos apóstolos quando tratam da divindade de Cristo:

João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” João 1.1

 “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3). Aqui vemos  o Senhor Jesus sendo mencionado como o Criador.

E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. 1 João 5:20

Tomé: Quando Jesus apareceu a Tomé e disse “Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.”

A resposta do apóstolo ao ver Jesus ressurreto foi:

“E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!” João 20:27-28

Paulo:

“Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus” Filipenses 2:6   

 “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo”

“Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;” Colossenses 2:8-9

“Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.” Atos 20:28

 “... deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre.” Romanos 9:5.

Pedro:

“Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo
2 Pedro 1:1

Jesus prometeu voltar e Pedro fala sobre a Sua volta em sua epístola: “Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.

O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” 2 Pedro 3:8-9

Essas palavras não foram ditas sobre uma pessoa qualquer. Nunca um profeta ou um apóstolo disse a respeito de um ser humano qualquer que para ele “um dia é como mil anos e mil anos é como um dia”.

Hebreus:

“E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.” Hebreus 1:6

“Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino”. Hebreus 1:8

“Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente”. Hebreus 13.8

Quem pode ser eterno a não ser Deus?

Essas são algumas passagens, há muitas outras onde os paralelos entre  o Deus citado no Antigo Testamento e Jesus são claramente vistos mostrando se referir a mesma pessoa. Falta, portanto, bom senso ao argumentar que os apóstolos  não acreditavam e não ensinavam a divindade de Cristo. 

Atualizado: Maio/2016

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