Objeção: “Jesus lhe respondeu: Não me toques, porquanto ainda não subi a meu Pai; vai, porém, ter com meus irmãos e dize-lhes de minha parte: Subo a meu Pai e vosso Pai, a MEU DEUS e vosso Deus.”(S. João, 20:17. Aparição a Maria Madalena.) (OP, pag 166).
“Tudo, pois, nas palavras de Jesus, quer as que ele disse em vida, quer as de depois de sua morte, acusa uma dualidade de entidades perfeitamente distintas, assim como o profundo sentimento da sua inferioridade e da sua subordinação em face do Ente supremo.” (grifo nosso).
Resposta: O livro Obras Póstumas repete o mesmo argumento ao tentar mostrar que o Pai e Jesus são pessoas diferentes. Sim, eles são pessoas diferentes, nem Jesus nem os apóstolos disseram o contrário, quem fez confusão foi o codificador espírita ao não se aprofundar sobre a doutrina da natureza de Deus.
Quanto a Jesus chamar o Pai de Deus, não se pode esquecer que o Pai também chama de Deus o próprio Filho e ainda ordena que os anjos O adorem. Seria inconcebível que Deus ordenasse os anjos a adorarem um ser criado como eles. O Pai manda que os anjos adorem a Jesus Cristo por ele ser Deus, o Deus Filho que tem a natureza do Pai.
“E ainda, quando Deus introduz o Primogênito no mundo, diz: ‘Todos os anjos de Deus o adorem.’” Hb 1:6
“Mas a respeito do Filho, diz: ‘O teu trono, ó Deus, subsiste para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu Reino’”. Hb 1:8
Essas passagens de Hebreus é uma referência ao Salmo 45.6,7 onde o Deus de Israel é citado; ou seja, o Deus mencionado nesse Salmo é o próprio Jesus!
Lembrando que Jesus se chama de “Eu Sou”; “o Filho de Deus” ; o “Todo-Poderoso”. Recebe adoração de homens e anjos (ver parte 3)! Nenhum profeta ou apóstolo, ou seguidor disse tais palavras sobre si mesmos. Jesus sempre esteve em um patamar maior, elevado e pelo fato de ter-se feito carne estava limitado temporariamente pelo corpo físico sem, contudo deixar de ser Deus.
Objeção: “Mas, aproximando-se, Jesus lhes falou assim: Todo o poder me foi dado no céu e na terra.” (S. Mateus, 28:18. Aparição aos Apóstolos.) (OP, pag 166).
Resposta: Sim, essa passagem aponta para o lado oposto do argumento espírita. Se Ele tem TODO o PODER no céu e na terra isso mostra que Ele é TODO-PODEROSO. Só pode ter todo o poder no céu e na terra quem é Todo-Poderoso.
Objeção: “Ora, sois testemunhas destas coisas. — Vou enviar-vos o dom de meu Pai, que vos foi prometido.” (S. Lucas, 24:48 e 49. Aparição aos Apóstolos.)
Tudo, pois, nas palavras de Jesus, quer as que ele disse em vida, quer as de depois de sua morte, acusa uma dualidade de entidades perfeitamente distintas, assim como o profundo sentimento da sua inferioridade e da sua subordinação em face do Ente supremo.”(OP, pag 167).
Resposta: Novamente, Jesus foi enviado pois “se fez carne e habitou entre nós”. A repetição dos mesmos argumentos demonstra que Allan Kardec estava confuso e focado na mesma coisa: a diferença entre o Pai e o Filho como pessoas. Sendo assim, também repetiremos: Jesus nunca disse ser o Pai, o Pai nunca disse ser o Filho. Se houve alguma confusão quanto a isso foi do próprio codificador espírita.
E se Jesus tivesse um profundo sentimento de inferioridade como afirma o codificador não teria dito em alto e bom som: TUDO O QUE O PAI FAZ O FILHO FAZ IGUALMENTE (Jo 5.19). Ainda, Jesus jamais teria recebido adoração das pessoas. Ele nunca se opôs a isso.
Objeção: “(...)Uma doutrina teórica puramente especulativa, nascida, três séculos mais tarde, de uma polêmica travada sobre a natureza abstrata do Verbo, doutrina essa rigorosamente combatida durante muitos séculos e que só prevaleceu pela pressão de um poder civil absoluto.”(OP , pag 168, grifo nosso).
Nascida três séculos mais tarde? O codificador espírita tirou tais conclusões baseado em estudos parciais. E conclusões parciais não tem peso na credibilidade de um argumento.
Tanto os Evangelhos como as cartas paulinas e os outros livros da Bíblia falam de Jesus como Deus. São várias passagens como veremos nos próximos artigos.
Analisando as fontes patrísticas:
Eu citei na 1ª parte Plínio, o Jovem e a sua carta enviada ao Imperador Trajano sobre os cristãos e nessa carta (aproximadamente 111 dC) menciona o comportamento dos cristãos primitivos e o modo como eles tratavam Jesus como Deus.
"...[os cristãos] têm como hábito reunir-se em uma dia fixo, antes do nascer do sol, e dirigir palavras a Cristo como se este fosse um deus; eles mesmos fazem um juramento, de não cometer qualquer crime, nem cometer roubo ou saque, ou adultério, nem quebrar sua palavra, e nem negar um depósito quando exigido. Após fazerem isto, despedem-se e se encontram novamente para a refeição..." (Plinio, Epist. lib. X, 96, grifo nosso).
Essa referência é de cerca de 214 anos antes de Nicéia.
Justino, O mártir é outro bom exemplo. Viveu entre 100-165 dC. E em sua “Primeira Apologia” ,63, fala sobre a deidade de Cristo. Essa obra foi escrita por volta de 155 dC. Ou seja, 170 anos antes de Nicéia.
Obras: Primeira Apologia; Diálogo com Trifão
Citações:
"O Pai do Universo tem um Filho, que também sendo a primeira Palavra gerada de Deus, é igual a Deus". - Primeira Apologia, cap. 63
"Cristo é chamado de Deus e Senhor das hostes." - Diálogo com Trifão. cap.36
[Trifão a Justino]" ...vós dizeis que este Cristo existiu como Deus antes de todos os tempos e que Ele o fez nascer e se tornar homem" - Diálogo com Trifão, cap. 48
Justino cita Hb. 1:8 para demonstrar a Divindade de Cristo. "Teu trono, ó Deus, é para sempre e sempre" - Diálogo com Trifão, cap. 56
Citações:
"O Pai do Universo tem um Filho, que também sendo a primeira Palavra gerada de Deus, é igual a Deus". - Primeira Apologia, cap. 63
"Cristo é chamado de Deus e Senhor das hostes." - Diálogo com Trifão. cap.36
[Trifão a Justino]" ...vós dizeis que este Cristo existiu como Deus antes de todos os tempos e que Ele o fez nascer e se tornar homem" - Diálogo com Trifão, cap. 48
Justino cita Hb. 1:8 para demonstrar a Divindade de Cristo. "Teu trono, ó Deus, é para sempre e sempre" - Diálogo com Trifão, cap. 56
Irineu (125-202 dC) escreve a obra “Contra Heresias” entre 182 e 188 dC, em Lyon, e afirma com base na Bíblia a deidade de Cristo! Tomando como base 188 dC, temos uma referência de 137 anos antes de Nicéia!
Obras: Refutação de Todas as Heresias
Citações:
(Citando Jo.1.1) "'...e o Verbo era Deus', é claro, pois o que se gera de Deus é Deus." - livro I, cap. 8, sec. 5
"Cristo Jesus é nosso Senhor, Deus, Salvador e Rei." - livro I, cap. 10, sec. 1,
"Mas o Filho, co-existindo eternamente com o Pai, desde o princípio, sempre revela o Pai aos anjos, arcanjos, poderes, virtudes..." - livro II, cap. 30, sec. 9,
"As provas das escrituras Apostólicas, que Jesus Cristo foi um e o mesmo, o único Filho Unigênito de Deus, Deus perfeito e homem perfeito." - livro III, cap. 16 [o Título do capítulo].
Citações:
(Citando Jo.1.1) "'...e o Verbo era Deus', é claro, pois o que se gera de Deus é Deus." - livro I, cap. 8, sec. 5
"Cristo Jesus é nosso Senhor, Deus, Salvador e Rei." - livro I, cap. 10, sec. 1,
"Mas o Filho, co-existindo eternamente com o Pai, desde o princípio, sempre revela o Pai aos anjos, arcanjos, poderes, virtudes..." - livro II, cap. 30, sec. 9,
"As provas das escrituras Apostólicas, que Jesus Cristo foi um e o mesmo, o único Filho Unigênito de Deus, Deus perfeito e homem perfeito." - livro III, cap. 16 [o Título do capítulo].
As citações acima são algumas das muitas que existem dos pais pré-nicenos, portanto, alguém afirmar que o ensino da divindade de Cristo é algo posterior elaborado em Nicéia demonstra profunda falta de conhecimento nesse assunto sobre a Bíblia, a História patrística e a História secular.
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Bibliografia:
Bíblia Apologética -ICP
Em Defesa de Cristo
http://logoshp.6te.net/tjdct5.htm
Atualizado: Maio/2016
Atualizado: Maio/2016
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